22 de nov. de 2016

Rei Ho, o porquê das reverências no Dojo

Diariamente, quando entro no Dojo BuTokuDen, coloco-me de joelhos (Seiza) e inclino-me à frente em Zarei (como numa reverência) até as costas ficarem retas paralelamente ao tatami, e retorno à postura Seiza.
Também antes e após as aulas, juntamente com os alunos, de frente para o lado principal (Shomen) do Dojo, onde se localiza a foto do Kaisso (o fundador), fazemos Zarei de modo parecido, e batemos duas vezes as mãos.
Desconhecendo as origens desse comportamento, algumas pessoas que assistem a esse cerimonial imaginam tratar-se de alguma “espécie de rito de uma seita religiosa”, em função da postura e também do comportamento coletivo (uma vez que, de modo especial as religiões de origem judaico-cristãs impõem uma postura de joelhos no solo, para as orações).
Mas, o que fazemos não tem qualquer conotação religiosa, e a explicação que dou aos alunos é a seguinte: no Japão, onde nasceu o Aikido, não se usavam cadeiras e outros móveis domésticos. Era costume  sentar-se diretamente no chão (que era coberto de tatami) em Seiza e, a partir dessa posição, inclinar-se à frente, diminuindo-se o próprio tamanho, demonstrando humildade para mostrar respeito, cumprimentar, aprender, pedir, ou agradecer.
Ao juntarmos as mãos duas vezes, estamos apenas representando a união dos complementares “Yin” e “Yang” (o positivo e o negativo, em harmonia).
Por essa razão, ao entrar e ao sair do Dojo (um lugar absolutamente respeitável), sigo essa regra de etiqueta, mostrando humildade e gratidão, além de respeito por todos que me precederam neste Caminho, e jamais trato sobre qualquer religião em minhas aulas. Aikido é arte marcial, e não uma seita religiosa.
LAGARES SENSEI, 5º DAN
Presidente da Federação Mineira de Aikido

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