A LEALDADE DO UKE

Pratico Aikido há pouco tempo e raramente em algum treinamento, aula especial ou seminário, não ouço algo relacionado à lealdade do Uke (praticante que recebe a técnica). Diferentemente do que imaginava quando estava me iniciando no Aikido, a lealdade não está no fato de “ajudar” ao Tori(praticante que realiza a técnica) desenvolver a técnica, nada tem relacionado a facilitar as projeções ou fazer malabares incríveis para valorização da execução.

Com o tempo percebi que a lealdade está justamente em proporcionar ao Tori a possibilidade de verificar se sua técnica está realmente sendo executada de forma correta. Está num posicionamento correto do Uke, num atemi com intenção, num agarramento que realmente tenha o objetivo de segurar o Tori naquela posição, em dar o tempo necessário para que a extensão de algum membro atinja seu alongamento máximo, sem se preocupar em bater rápido demais.

Ah... então está em dificultar? Não... está em propiciar ao Tori a experimentação da eficiência daquilo que ele estuda todos os dias, a postura, o ma-ai, a guarda, o movimento circular, associado a respiração, colocando sua mente junto ao seu corpo, aqui e agora.

A lealdade verdadeira existe toda vez que nos doamos ao Tori, deixando que dele floresça o verdadeiro Aikido que está dentro de cada um.

RAMON C. PIRES, 2º KYU

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